C. G. Jung

Carl Gustav Jung foi um Psiquiatra suíço, nascido em 1875, fundador da Psicologia Analítica, também conhecida como Psicologia Junguiana, ou ainda Psicologia dos Complexos. Seus primeiros trabalhos são permeados de conceitos que compartilhava com Freud, com quem estabeleceu estreita colaboração de 1907 a 1912. O pilar básico desta parceria consiste no fato de levarem em consideração a atuação de uma camada inconsciente da mente nas atitudes e decisões humanas. Além disso, apesar de terem perspectivas um pouco divergentes com relação a função dos sonhos no processo terapêutico, ambos cientistas concordavam que os conteúdos oníricos eram carregados de informações inconscientes dos indivíduos.

Dentre diversas as razões de rompimento com Freud, está no fato de que considerava unilateral as explicações freudianas relacionadas ao conceito de libido. Assim explica que

“[...] os processos dinâmicos da psique não podem ser reduzidos a este ou aquele instinto específico (…) Por isso achei oportuno admitir uma grandeza hipotética, uma “energia”, como princípio de explicação psicológica e designá-la “libido”, no sentido clássico da palavra (desejo impetuoso), sem com isso fazer qualquer afirmação sobre sua substancialidade. Com essa grandeza, os processos dinâmicos podem ser facilmente explicados e sem aquela deturpação própria de uma explicação baseada em motivo concreto (JUNG, 2000, p. 13)

Para Jung, igualmente portadores de conteúdos inconscientes são os contos populares, as mitologias e fantasias, razão pela qual dedicou anos de estudo relacionados a eles, bem como à astrologia, alquimia e religião. As ideias de Inconsciente Coletivo e seus Arquétipos são conceitos introduzidos por Jung, e estão diretamente relacionados aquele estudos citados.    Dentre vários outros conceitos importantes introduzidos por Jung no mundo da psicologia estão o de Complexos do Inconsciente, Sincronicidade e Energia Psíquica.

Por fim, podemos citar como um dos pressupostos mais importantes dos estudos Junguianos o fato de considerar como inerente ao ser humano a existência de uma Função Religiosa no funcionamento de sua psique. Esta religiosidade pode ser descrita como uma relação de ligação e pertencimento a algo maior que ele mesmo, um sentimento arrebatador que tende a levar o indivíduo a entrar em contato com sua essência mais sagrada e atemporal. Fica explícito que esta relação religiosa é independente de credo em alguma religião ou seita instituída, sendo mais relacionada com a essência vivida pelos homens. Para Jung, esta função guia o processo terapêutico, sendo que este processo ocorre constantemente, seja ele acompanhado por sessões de terapia, seja ele fruto do embate diário com complexos do inconsciente.

C.G. Jung faleceu em junho de 1961, deixando uma vasta obra organizada por seus colaboradores, assim como um legado de terapeutas e autores junguianos. Por levar em consideração assuntos que vão além dos conteúdos acadêmicos, a obra junguiana tem se tornado cada vez mais influente em grupos que visam estudos e trabalhos multidisciplinares relativos a ciência, religião e esoterismo.

Para informações mais detalhadas sobre os conceitos junguianos, veja a seção de Estudos.

BIBLIOGRAFIA:
Jung, C.G. (2000), Civilização Em Transição. Petrópolis: Vozes, 2 ed.
__________.(2007). A Prática da Psicoterapia. Petrópolis: Vozes, 10 ed.
__________.(1978). Psicologia e Religião. Petrópolis: Vozes, 1 ed.
Silveira, Nise da. (2006). Jung – Vida & Obra. São Paulo: Paz e Terra, 20 ed.
Http:\\PT.wikipedia.org/wiki/Carl_gustav_jung

Rafael de Carvalho Oliveira
Terapeuta de Orientação Junguiana