Citações de Livros

“Não é mais preciso provar que existem vivências religiosas. Contudo, sempre se poderá questionar se aquilo que a metafísica e a teologia humanas chamam de Deus constitui realmente a base dessas experiências. Esta Questão na verdade é vã, pois a numinosidade subjetiva, poderosa e radical da vivência é por si só uma resposta”

JUNG, Carl Gustav – Presente e Futuro, parágrafo 566

 

“É importante perceber que “ter” não é uma medida absolutamente positiva e que o fato de “ter” pode representar perdas muito sérias em outras dimensões do sustento. Ter pode anular ou desgastar méritos ou “tesouros”. Podemos, assim, consumir muito da nossa herança pessoal e ancestral em codificações materiais a custos bastante elevados.”

 BONDER, Nilton – A Cabala do Dinheiro, p. 46

 

“Coopere com sua pátria, para engrandecer-se a si mesmo. A pátria é a reunião de todos nós. No entanto, evite buscar apenas vantagens pessoais, pois aquilo que você retirar a mais para você estará prejudicando a outrem, que receberá menos. Qualquer função é útil à comunidade, e o bem da coletividade se distribui a todos os cidadãos. Não abuse de seus privilégios.”

BONDER, Nilton – A Cabala do Dinheiro, p. 34

 

“…cada passo em direção a uma consciência mais ampla é uma espécie de culpa prometêica: mediante o conhecimento rouba-se, por assim dizer, o fogo dos deuses, isto é, o patrimônio dos poderes inconscientes é arrancado do contexto natural e subordinado à arbitrariedade da consciência. O homem que usurpou o novo conhecimento sofre uma transformação ou alargamento da consciência, mediante o que esta perde sua semelhança com a dos demais. Desse modo, eleva-se acima do nível humano de sua época, mas isto o afasta dos homens. O tormento dessa solidão é a vingança dos deuses: tal homem não poderá voltar ao convívio humano. Como diz o mito, é agrilhoado à solitária rocha do Cáucaso, abandonado por deuses e homens.”

JUNG, Carl Gustav – O Eu e o Inconsciente, Cap III, nota 1

 

“ Uma meta espiritual, que aponte para além do homem meramente natural e de sua existência terrena, é exigência incondicional para a saúde da alma”

JUNG, Carl Gustav – O Desenvolvimento da Personalidade, parágrafo 159

 

“Pela decisão de colocar seu próprio caminho acima de todos os outros, já realizou grande parte de sua designação salvadora. Ele excluiu de sua via a validade de todos os outros caminhos. Ele colocou a sua lei acima de todas as convenções, afastando de si o que não apenas deixou de impedir o grande perigo, mas até mesmo o provocou.”

JUNG, Carl Gustav – O Desenvolvimento da Personalidade, parágrafo 305

 

“Quanto mais uma pessoa é inconsciente, tanto mais ela se conforma aos cânones do comportamento psíquico. Mas, quanto mais ela toma consciência de sua individualidade, tanto mais acentuada se torna sua diferença em relação a outros indivíduos e tanto menos corresponderá ela à expectativa comum. Além disso, suas reações se tornam muito menos previsíveis. Isto se deve ao fato de que a consciência individual é sempre muito mais diferenciada e ampla. Mas, quanto mais ampla esta se torna, tanto mais ela perceberá as diferenças e tanto mais se emancipará também das normas coletivas, pois o grau de liberdade empírica será proporcional à extensão da consciência.”

JUNG, Carl Gustav – A Natureza da Psique, parágrafo 344

 

“Quanto mais o homem se torna consciente do próprio eu tanto mais se separa do homem coletivo que ele próprio é, e se encontra mesmo em oposição a ele.”

JUNG, Carl Gustav – A Natureza da Psique, parágrafo 557

 

“A cessação da Vida só pode ser aceita como um objetivo razoável, se a vida é tão desgraçada, que só temos de nos alegrar quando ela chega ao fim, ou se estamos convencidos de que o sol procura se pôr para iluminar outros povos distantes, com a mesma consequência lógica que revela ao ascender para o zênite.”

JUNG, Carl Gustav – A Natureza da Psique, parágrafo 790

 

“Embora a imensa maioria das pessoas não saiba o motivo pelo qual o organismo precisa de sal, contudo todas elas o exigem por uma necessidade instintiva. O mesmo acontece com as coisas da psique. A imensa maioria dos homens desde tempos imemoriais sempre sentiu a necessidade da continuação da vida. Esta constatação não nos conduz a um desvio; ela nos põe no centro da grande estrada real percorrida pela humanidade ao longo de sua existência. Por isto, pensamos corretamente em harmonia com a vida, mesmo que não entendamos o que pensamos.”

JUNG, Carl Gustav – A Natureza da Psique, parágrafo 792

 

“Um paciente não deve ser instruído acerca de uma verdade. Se assim fizermos, estaremos nos dirigindo apenas à sua cabeça. Ele tem que evoluir para esta verdade. Assim atingiremos o seu coração. Isso o toca mais fundo e age mais intensamente.”

JUNG, Carl Gustav – Ab-reação, Análise dos Sonhos, Transferência, parágrafo 314

 

“A elaboração da matéria-prima do conteúdo inconsciente exige do médico uma paciência infinita, perseverança, equanimidade, saber e competência; e do paciente, o uso de todas as suas forças e de toda a sua capacidade de sofrer, o que também não poupa o médico. O significado profundo das virtudes cristãs, sobretudo das mais nobres, torna-se claro inclusive a quem não tem fé, pois pode acontece que venha a necessitar todas elas para salvar o seu ser consciente e sua existência humana desse pedaço de caos.”

JUNG, Carl Gustav – Ab-reação, Análise dos Sonhos, Transferência, parágrafo 385

 

“Já estamos de tal forma habituados a que todo mundo tenha suas dificuldades e problemas, que os aceitamos como uma coisa banal, sem nos preocuparmos em saber no fundo o que significam essas dificuldades. Por que nunca estamos satisfeitos? Por que não agimos com bom senso? Por que não fazemos só o bem e temos que deixar sempre um canto para o mal? Por que falamos ora demais, ora de menos? Por que fazemos bobagens que poderiam ser evitadas se parássemos um pouco para pensar? E mais ainda, por que há sempre interferências que nos bloqueiam em nossas melhores intenções? E por que existem pessoas que nada disso percebem ou nem são capazes de admitir que é assim mesmo? Por que será, enfim, que esse rebanho humano reunido cria a loucura histórica dos últimos trinta anos (1916-1946)? Por que será que um Pitágoras não conseguiu há 2400 anos estabelecer uma vez por todas o reino da sabedoria e o Cristianismo, o reino de Deus na terra?”

JUNG, Carl Gustav – Ab-reação, Análise dos Sonhos, Transferência, parágrafo 387

 

“Muitas separações e divórcios são devidos à incapacidade de pessoas processarem as tensões que ocorrem nos processos de individuação de um ou ambos os membros, e não por incompatibilidade. Quando acontece uma separação por esse motivo, os mesmos problemas serão recriados no próximo relacionamento com o novo parceiro. Aparecem outra vez os mesmos problemas, criando um círculo vicioso de abandono e início de relacionamentos. Esses ciclos coincidem com depressão e desesperança.”

MINDEL, Arnold – O Corpo Onírico nos Relacionamentos, p. 97

 

“O membro aparentemente “mais fraco” de um casal tem um arsenal inesgotável de processos secundários e de “truques mágicos” à disposição em seu inconsciente, capazes de fazer desmoronar até a pedra de Gibraltar. O mais fraco mina lentamente as bases da posição superior do mais forte, fazendo-o sentir-se culpado por erros passados, insinuando indicações sutis a respeito da opinião dos filhos, vizinhos e amigos a seu respeito, ignorando-o, transmitindo sinais duplos de ódio e menosprezo e, em certos casos, até mesmo surpreendendo-o com uma ação de divórcio.”

MINDEL, Arnold – O Corpo Onírico nos Relacionamentos, p. 97

 

“A morte nega, pois, a existência, impondo-lhe simplesmente um limite. No plano da vida cotidiana essa negação significa que todo projeto pode ser invalidado e que toda esperança pode ser frustrada; é como se o sentido de nosso agir fosse posto continuamente em discussão, e como se o valor que lhe atribuímos fosse redimensionado drasticamente à luz de sua precariedade.”

CAROTENUTO, Aldo – Amar, Trair, p. 228

 

“Este é o significado verdadeiro de estar em paz consigo mesmo, estar em harmonia com Deus: não retroceder, não avançar à força, mas dissolver-se na correnteza da vida, totalmente senhor de si, mas sem medo de renunciar ao domínio.”

PIERRAKOS e SALLY – Criando União, p. 134.

 

“Quando vocês culpam os outros pela falta de amor, mesmo que usem defeitos reais como desculpa, quando vocês os punem pelo resultado da sua própria atitude de desamor e concebem argumentos para justificar o retraimento, vocês, meus amigos, fazem mal de verdade.”

PIERRAKOS e SALLY – Criando União, p. 138.

 

“A culpa decorrente das exigências injustas, do despeito, da retirada do amor, e a culpa composta, que nasce quando os outros são castigados pelas desgraças de vocês, corroem a força e a expressão de vocês mesmos. Enfraquecem de verdade. Enquanto mantiverem essa atitude, como vocês poderão ter fé em si mesmos, acreditar na própria dignidade como seres humanos livres? Vocês podem tentar todos os tipos de formas artificiais de adquirir autoconfiança, mas essa tentativa não dará certo enquanto não enfrentarem a culpa secundária e se livrarem dela, admitindo-a. Então, podem até conservar, se quiserem, a culpa primária – a culpa de não querer amar -, mas pelo menos terão assumido essa responsabilidade.”

PIERRAKOS e SALLY – Criando União, p. 139

 

“Desde que um indivíduo afirma que o ego se vai aniquilar com a morte, que não existe vida futura, sua tendência é se apegar, cada vez mais, aos desejos dos sentidos. E naquele que afirma que o ego vai continuar, a tendência é se apegar mais a regras e rituais com o objetivo de purificar este ego, de purificar esta alma para ganhar uma existência melhor, um dos planos da existência superior, ou um dos planos divinos que seria o paraíso.”

GEORGES DA SILVA & RITA HOMENKO – Budismo: Psicologia do Autoconhecimento, p. 178.

 

“Assim, para entender os sonhos de outras pessoas, precisamos sacrificar nossas preferências e reprimir nossos preconceitos. Não é fácil nem confortável fazê-lo, já que implica um esforço moral nem sempre do nosso gosto. Mas se o analista não fizer esse esforço para criticar seus próprios pontos de vista e admitir a sua relatividade, não vai obter a informação correta nem a penetração suficiente, necessária ao conhecimento da mente do seu paciente.”

JUNG, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos, p. 74

 

“Mas esse aspecto ativo e criador do núcleo psíquico só pode entrar em ação quando o ego se desembaraça de todos os projetos determinados e ambiciosos em benefício de uma forma de existência mais profunda e fundamental. O ego deve ser capaz de ouvir atentamente e de entregar-se, sem qualquer outro propósito ou objetivo, ao impulso interior de crescimento.”

JUNG, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos, p. 214

 

“O verdadeiro processo de individuação – isto é, a harmonização do consciente com o nosso próprio centro interior (o núcleo psíquico) ou Self – em geral começa infligindo uma lesão à personalidade, acompanhada do consequente sofrimento. Esse choque inicial é uma espécie de apelo, apesar de nem sempre ser reconhecido como tal. Ao contrário, o ego sente-se tolhido nas suas vontades ou desejos e geralmente projeta essa frustração sobre qualquer objeto exterior. Ou seja, o ego passa a acusar Deus, a situação econômica, o chefe ou o cônjuge como responsáveis por essa frustração.”

JUNG, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos, p. 219

 

“Só há uma atitude que parece alcançar algum resultado: voltar-se para as trevas que se aproximam, sem nenhum preconceito e com toda simplicidade, e tentar descobrir qual o seu objetivo secreto e o que vêm solicitar do indivíduo.”

JUNG, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos, p. 221

 

“A sombra não consiste apenas de omissões. Apresenta-se muitas vezes como um ato impulsivo ou inadvertido. Antes de se ter tempo para pensar, irrompe a observação maldosa, comete-se a má ação, a decisão errada é tomada, e confrontamo-nos com uma situação que não tencionávamos criar conscientemente.”

JUNG, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos, p. 223

 

“Como já assinalamos, o lado positivo do animus pode personificar um espírito de iniciativa, coragem, honestidade e, na sua forma mais elevada, de grande profundidade espiritual. Por meio do animus, a mulher pode tornar-se consciente dos processos básicos de desenvolvimento da sua posição objetiva, tanto cultural quanto pessoal, e encontrar, assim, o seu caminho para uma atitude intensamente espiritual em relação à vida. isso naturalmente pressupõe que seu animus já tenha cessado de emitir opiniões absolutas.”

JUNG, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos, p. 260

 

“E a repressão da massa leva ao mesmo resultado da repressão individual, istoé, à dissociação neurótica e à enfermidade mental: todas as tentativas para reprimir as reações do inconsciente a longo prazo acabam por falhar, já que estão em oposição fundamental aos nossos instintos”

JUNG, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos, p. 297

 

“A imagem animal habitualmente simboliza a natureza primitiva e instintiva do homem. Mesmo os homens civilizados não desconhecem a violência dos seus impulsos instintivos e a sua impotência ante as emoções involuntárias que irrompem do inconsciente.”

JUNG, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos, p. 318

 

“Só o consciente é competente o bastante para determinar o significado das imagens e reconhecer o seu sentido para o homem, aqui e agora, na realidade concreta do seu presente. É apenas na interação do consciente com o inconsciente que este último pode provar o seu valor e, talvez mesmo, revelar uma maneira de vencer a melancolia do vazio.”

JUNG, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos, p. 347

 

“O princípio da Sincronicidade baseia-se na hipótese de um conhecimento interior inconsciente ligar um acontecimento físico a uma condição psíquica, de modo que um determinado acontecimento que parece acidental ou coincidente pode, na verdade, ser psiquicamente significativo; e o seu sentido é, muitas vezes, indicado simbolicamente pelos sonhos que coincidem com o acontecimento.”

JUNG, Carl Gustav – O Homem e Seus Símbolos, p. 396